sábado, 26 de março de 2011

Como se forma um paradigma ? (uma ideia)

Eu conhecia esse texto de longa data. Ao invés de reescrevê-lo, procurei na internet e encontrei essa versão no blog: http://perspectivasehorizontes.blogspot.com
Acho que vale a pena pensar sobre isso, principalmente em um momento que precisamos afirmar ou reafirmar nossa identidade.
Abraços para todos, bom show do Iron Maiden pra mim e pra quem for.



Como se forma um paradigma?
Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula e, no meio, colocaram uma escada com bananas no cimo.
Sempre que um dos macacos começava a subir a escada, um dispositivo automático fazia jorrar água gelada sobre os restantes macacos.
Passado certo tempo, sempre que qualquer um dos macacos tentava começar subir a escada, os demais espancavam-no (evitando assim a água gelada).
Obviamente, após certo tempo, nenhum dos macacos se arriscava a subir a escada, apesar da tentação.
Os cientistas decidiram então substituir um dos macacos.
A primeira coisa que o novo macaco fez foi tentar subir a escada.
Imediatamente os outros macacos começaram a espancá-lo.
Após várias surras, o novo membro da comunidade aprendeu a não subir a escada, embora jamais soubesse por quê.
Um segundo macaco foi substituído e ocorreu com ele o mesmo que com o primeiro.O primeiro macaco que havia sido substituído participou, juntamente com os outros no espancamento.
Um terceiro macaco foi trocado e o mesmo (espancamento, etc.) foi repetido. Um quarto e um quinto macaco foram trocados, um de cada vez, em intervalos adequados, repetindo-se os espancamentos dos novatos quando tentavam subir a escada.
No fim tinhamos um grupo novo de cinco macacos que, embora nunca tivessem recebido uma chuveirada de água gelada, continuavam a espancar qualquer macaco que tentasse subir a escada.
Se fosse possível conversar com os macacos e perguntar-lhes porque é que espancavam os que tentavam subir a escada…Aposto que a resposta seria: “Eu não sei… é assim que as coisas funcionam por aqui"
Isto, ou este comportamento, esta resposta, não parece familiar???
Não percas a oportunidade de compartilhar isto com os teus amigos, pois eles podem estar na mesma situação que estes macacos e continuam a fazer o mesmo, da mesma forma, quando afinal existem perspectivas diferentes!!!

sexta-feira, 25 de março de 2011

The Fixer - Pearl Jam


Eu sei, vai parecer loucura minha, mas será que o Eddie Vedder está cantando o cotidiano do professor em sala de aula?
Abraços

Pearl Jam - The Fixer

When somethings dark
Lemme shed a little light on it

When somethings cold
Lemme put a little fire on it

If somethings old
I wanna put a bit of shining on it

When somethings gone
I wanna fight to get it back again.

Yeah, yeah, yeah, yeah
Fight to get it back again
Yeah, yeah, yeah, yeah

When somethings broke
I wanna put a little fixing on it

If somethings bored
I wanna put a little exciting on it

When somethings low
I wanna put a little high on it

When somethings lost
I wanna fight to get it back again

Yeah, yeah, yeah, yeah
Fight to get it back again
Yeah, yeah, yeah, yeah

When signals cross
I wanna put a little straight on it

If there’s no love
I’m gonna try to love again

I’ll say your prayers
I’ll take your side
I’ll find us a way to make light

I’ll dig your grave
We’ll dance & sing.
What's saved, could be one last lifetime!

Yeah, yeah, yeah, yeah
Fight to get it back again
Yeah, yeah, yeah, yeah

http://www.youtube.com/watch?v=w_d6Km3QJFc

sexta-feira, 18 de março de 2011

Legítima defesa?

ASSISTIR

PENSAR

OPINAR

PEDALAR

VIGIAR

DIVIDIR


MOVIMENTO MARUPIARA À FAVOR DA DEMOCRACIA E DA PAZ NO TRÂNSITO

terça-feira, 15 de março de 2011

Sobre o ocorrido na última segunda-feira com as turmas de 3o Ensino Médio



Isaac Newton enunciou no seu livro Princípios Matemáticos da Filosofia Natural que, em se tratando de forças, toda ação corresponde a uma reação de mesma intensidade e direção, mas de sentidos opostos.

Devido aos acontecimentos da última segunda-feira e já prevendo uma reação muito maior do que a ação, revisei na minha memória fatos e falas (minha e dos alunos) que me ajudarão a dar sustentação para as argumentações da próxima quinta-feira. Mais uma vez, um teórico da Educação chamado Georges Snyders ajudou-me a revisitar certas convicções e reafirmar o sentido de ser educador em uma escola democrática.

O texto a seguir é um recorte do livro “Alunos Felizes: reflexão sobre a alegria na escola a partir de textos literários”. Logo na Introdução, há um destaque para o tema “À procura do sentido”, e é sobre isso que eu quero que vocês, como eu, reflitam.

“Havia, pois, necessidade de decifrar as queixas e acusações dos alunos: nem minimizá-las nem tomá-las ao pé da letra, mas tentar compreender a que dificuldades elas correspondem.

Perante os colegas, perante um professor “sabido”, o aluno sente medo de não estar à altura e o temor se traveste facilmente em crítica e em recusa. O medo do fracasso, o medo de enfrentar o difícil acionam mecanismos profundos de defesa: ceticismo generalizado, recusa das obrigações e avaliações.

Há momentos em que o aluno que fracassa pode apenas refugiar-se no “orgulho” de afirmar que “seus resultados pouco lhe importam”; logo ele só pode entregar-se à “preguiça”. Certamente não excluiremos o papel positivo dessas negações escolares no desenvolvimento da personalidade, mas o que é denunciado então pelo jovem faz sentido muito menos como testemunho sobre os fatos do que como expressão de uma personalidade à procura de si mesmas: “Esta dureza, (como uma) casca, crescera em torno dele porque precisava dela”. Por que são, por definição, jovens, de modo algum personalidades já formadas, ainda menos fixadas; não se representará a pessoa do professor chocando-se com as pessoas dos alunos, mas sim alunos tentando diferentes papéis – e o papel de refratário pode figurar entre os mais favoráveis.

Mais um passo: é justamente seguindo caminhos indiretos que certos alunos avançam, afinal, em direção à alegria – e há certos professores que querem abrir a seus alunos esse tipo de itinerário: por exemplo, formar uma personalidade de opositor, pegar, da cultura, os temas de oposição. Determinado professor lamenta que o colégio (técnico) prepare os alunos para a “obediência... a humildade social... a resignação” e está convicto de que eles se desenvolveriam se chegassem à insubmissão:

Que fazer para que eles se revoltem contra mim? Porque somente se revoltando contra mim é que eles terão aprendido alguma coisa de mim... Certamente eu sou o único que pode ensinar-lhes a revolta.

Resta distinguir entre o desenvolvimento do jovem na revolta e o simples prazer de protestar contra determinada pessoa, determinada autoridade.”

sexta-feira, 4 de março de 2011

Lista de Exercícios (2) 1EM


Olá povo do 1EM!
Mais uma lista de exercícios que deverá ser entregue valendo nota.
Você pode ir adiantando seus estudos neste final de semana, afinal, só vai chover nesse Carnaval.
Não, não estou rogando praga, é fato!
Bons estudos
Renato

LISTA DE EXERCÍCIOS SOBRE CINEMÁTICA ESCALAR – VELOCIDADE MÉDIA

1. Temos abaixo duas questões. Qual das duas tem significado? Justifique.
Aquele carro está se movendo?
Aquele carro está se movendo em relação ao solo?

2. Um automóvel passa pelo marco 40km de uma estrada ao meio-dia, e no marco 400km, à meia-noite. Determine a velocidade escalar média deste automóvel.

3. Um automóvel sai de uma cidade A ao meio-dia, e chega à cidade B à meia-noite, sendo que esta dista 600km daquela. Durante a viagem, o automóvel parou em três oportunidades, ficando parado 1 hora na primeira, 2 horas na segunda, e meia hora na terceira. Qual a velocidade média do automóvel, para ir de A até B?

4. (2a fase-FUVEST/89-Modificado) Nos últimos jogos olímpicos, o corredor Ben Johnson, desclassificado por ter ingerido drogas, fez 100m em 9.79s. Calcule sua velocidade média.

5. Um corpo viaja com velocidade constante. Em t = 0, sua posição é S = 10m. Em t = 2s, sua posição é S = - 20m. Determine sua velocidade média.

6. (2a fase-FUVEST/90-Modificado) A tabela indica as posições s e os correspondentes instantes t de um móvel deslocando-se numa trajetória retilínea. Calcule a velocidade média do móvel entre os instantes t = 1s e t = 3s.

t(s) s(m)
0 0
1 0.4
2 1.6
3 3.6
4 6.4
... ...

7. (FUVEST) Após chover na cidade de São Paulo, as águas da chuva descerão o rio Tietê até o rio Paraná, percorrendo cerca de 1000km. Sendo de 4km/h a velocidade média das águas, o percurso mencionado será cumprido pelas águas da chuva em, aproximadamente, quanto tempo?

8. Uma moto de corrida percorre uma pista que tem o formato aproximado de um quadrado, com 5km de lado. O primeiro lado é percorrido com velocidade média de 100km/h, o segundo e o terceiro a 120km/h, e o quarto a 150km/h. Qual a velocidade média da moto nesse percurso?

9. (FUVEST) Um barco é erguido 24m, no interior de uma eclusa, num intervalo de tempo de 40min. Quanto vale sua velocidade média de ascensão?

10. Um automóvel percorre um trecho de estrada com velocidade escalar média de 72km/h, em 10s. Qual o comprimento deste trecho?
11. (2a fase-FUVEST/91) Um avião vai de São Paulo a Recife em uma hora e 40 minutos. A distância entre estas duas cidades é aproximadamente 3000km.
a) Qual a velocidade média do avião?
b) Prove que o avião é supersônico.

12. Uma escada rolante de 6m de altura e 8m de base, transporta uma pessoa da base até ao topo da escada num intervalo de tempo de 20s. A velocidade média desta pessoa, em m/s, vale?

13. Um carro, a uma velocidade constante de 18km/h, está percorrendo um trecho de rua. Devido a um problema mecânico, pinga óleo do motor à razão de 6 gotas por minuto. Qual é a distância entre os pingos de óleo que o carro deixa na rua?

14. Um veículo movimenta-se numa pista retilínea de 9.0km de extensão. A velocidade máxima que ele pode desenvolver no primeiro terço do comprimento da pista é 15m/s, e nos dois terços seguintes é de 20m/s. O veículo percorreu esta pista no menor tempo possível. Qual a velocidade média desenvolvida?

15. Um ciclista deseja percorrer uma certa distância com a velocidade média de 16km/h. Partindo com velocidade 10km/h ele atinge a metade do percurso. Determine a velocidade média que ele deverá desenvolver no restante do percurso.

16. Numa corrida de carros, suponha que o vencedor gastou 1h30min para completar o circuito, desenvolvendo uma velocidade média de 240km/h, enquanto que um outro carro, o segundo colocado, desenvolveu a velocidade de 236km/h. Se a pista tem 30km, quantas voltas o carro vencedor chegou à frente do segundo colocado?

17. Um trem de comprimento 200m gasta 20s para atravessar um túnel de comprimento 400m. Determine a velocidade escalar média do trem:

18. Diante de uma agência do INSS há uma fila de aproximadamente 100m de comprimento, ao longo da qual se distribuem de maneira uniforme 200 pessoas. Aberta a porta, as pessoas entram, durante 30s, com velocidade média de 1m/s. Avalie o número de pessoas que entraram na agência e o comprimento da fila que restou do lado de fora.

19. A velocidade escalar média de um automóvel até a metade de seu percurso é 90km/h e na outra metade restante é de 60km/h. Determine a velocidade escalar média no percurso total.

20. Uma patrulha rodoviária mede o tempo que cada veículo leva para percorrer um trecho de 400m de estrada. Um automóvel percorre a primeira metade do trecho com velocidade de 140km/h. Sendo de 80km/h a velocidade permitida, qual deve ser a maior velocidade média do carro na segunda metade do trecho para evitar ser multado?

quinta-feira, 3 de março de 2011

Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA)



Meninos e Meninas

A OBA é um evento aberto à participação de escolas públicas ou privadas, urbanas ou rurais, para alunos do primeiro ano do ensino fundamental até aos do último ano do ensino médio. A OBA ocorre totalmente dentro da própria escola, tem uma única fase e é realizada dentro de um só ano letivo. A participação dos alunos é voluntária e não há obrigatoriedade de número mínimo ou máximo de alunos. Ao final da OBA todos alunos recebem um certificado de participação, bem como os professores envolvidos no processo e também os diretores escolares.

Para quem quiser participar, deixe seu nome com o seu RG pois as inscrições terminam dia 13/3.
Já estou negociando aulas para vocês sobre esse tema e, quem sabe, até uma observação do céu.
Abs

quarta-feira, 2 de março de 2011

Manifesto


É com uma mistura de tristeza e indignação que escrevo esse breve comentário sobre o fato ocorrido no dia 25 de fevereiro de 2011, em Porto Alegre. Um grupo de 100 ciclistas manifestava-se sobre a utilização da bicicleta como solução viável para diminuir o congestionamento das cidades e reduzir o impacto ao meio ambiente (movimento conhecido como MASSA CRÍTICA) quando foi surpreendido por um ato de covardia do Sr. Ricardo José Neis, 47 anos, bancário, que utilizou seu automóvel Golf como arma, passando por cima dos ciclistas, pelas suas costas, em alta velocidade.

Cenas do Movimento Massa Crítica antes, durante e depois da tentativa de homicídio:
http://www.youtube.com/watch?v=8Z2V4BNcLgo&feature=related

Graças à grande manifestação de apoio dos internautas de diversas redes sociais (YouTube, Twitter, Facebook, Orkut, entre outros), este CRIME ganhou espaço nas mídias convencionais. Organizações ligadas ao ciclismo no Brasil e no mundo também se pronunciaram rapidamente sobre o ocorrido e promoveram novas manifestações.

Tweets no Twitter (hagtash: #naofoiacidente)
http://twitter.com/#!/search/%23naofoiacidente
Alexandre Garcia comenta o atropelamento
http://www.youtube.com/watch?v=mQbeWY_2rLA

Em sua defesa, o AGRESSOR acusa os ciclistas de tentativa de linchamento e depredação do seu veículo: "Durante todo o caminho, eles foram batendo no carro. A partir de um momento, vi uma brecha e passei um pouco de alguns deles [ultrapassou], eles se enfureceram e começaram a agredir violentamente o carro. Quebraram o espelho, deram vários socos, jogaram a bicicleta por cima (...) naquela situação, eu me desesperei e tinha que sair dali o mais rapidamente possível para evitar o linchamento".

Declaração do Agressor:
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/882332-atropelador-de-ciclistas-diz-que-acelerou-para-evitar-linchamento.shtml

Interessante notar que, nas cenas gravadas por câmeras digitais e celulares dos participantes do evento, o carro que atropela os ciclistas está em perfeitas condições, com os dois espelhos e nenhum vidro quebrado. O delegado responsável considerou a explicação insuficiente para a atitude e classificou como "motivo fútil" o motorista ter atropelado os ciclistas. “Outro agravante citado pelo delegado foi o fato de as pessoas terem sido colhidas pelo Golf quando estavam de costas - sem chance de defesa.”

Sobre as acusações e pedido de prisão preventiva:
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/882727-delegado-diz-que-carro-foi-usado-como-arma-contra-ciclistas.shtml

Talvez por estratégia de defesa, ou por real necessidade, o CRIMINOSO está internado em uma clínica psiquiátrica, mas teve a sua prisão preventiva decretada.

Sobre a internação espontânea:
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/882971-atropelador-de-ciclistas-e-internado-em-clinica-psiquiatrica.shtml

Depois de tudo isso apresentado, o que me resta manifestar? Não sei ao certo, mas acho que ainda não fiz o suficiente para ajudar que uma coisa dessas nunca mais aconteça. Minhas vontades são muitas: por minha bicicleta na rua, colocar no meu carro a imagem do movimento, levar essa discussão aos meus amigos, consultar os jornais virtuais a cada 15min a procura de mais informações, entre muitas outras coisas. Por hora, estava lendo um texto e acho que posso fazer uma associação. Talvez não seja a melhor, mas foi aquela que me fez pensar.

“O filósofo existencial Jean-Paulo Sartre (1905-1980) é conhecido por sua visão cínica dos relacionamentos interpessoais, como manifesta em sua filosofia e em suas obras literárias. Famoso por sua análise da natureza opressiva do “olhar” e pela declaração “o Inferno são os outros”, Sartre ressalta a ansiedade que os nossos relacionamentos com as pessoas produzem e o modo como esses relacionamentos podem inibir a autonomia pessoal. (...) A primeira razão pela qual as pessoas despertam em nós sentimentos negativos é que elas representam obstáculos potenciais à nossa liberdade. (...) Como Sartre explica, o surgimento do outro não vem só como uma surpresa, mas também como uma ameaça. (...) Outra razão, segundo Sartre, pela qual os outros despertam nossos sentimentos negativos tem a ver com o fato de nos converterem em objetos. (...) Enquanto tentamos pensar em nós mesmos como agentes e não objetos, os outros são um doloroso lembrete que somos seres físicos, corpos com propriedades. (...) Convertemos as pessoas em objetos porque não experienciamos (nem poderíamos) sua mente, mas só conseguimos interagir com elas, basicamente, como objetos. Ser um objeto é perturbador, porque, quando uma pessoa sabe que é uma coisa concreta, sua liberdade de ser ou fazer é limitada; e uma característica da consciência humana é resistir a qualquer tipo de confinamento não escolhido. (...) A última razão de Sartre que gera sentimentos de antagonismo é que os outros roubam do indivíduo seu senso de primazia e controle. Como todos sabemos, as outras pessoas não são necessariamente o que queremos. (...) Com o uso de uma metáfora médica, ele (Sartre) afirma que a presença dos outros cria uma ‘hemorragia’ no mundo do indivíduo, uma fenda que faz com que seu mundo se ‘desintegre’.”

Imagino o Sr. Ricardo José Reis dentro do seu carro, surpreendido pela manifestação dos ciclistas à sua frente. Vejo ele se irritando, pensando em como o seu direito de ir e vir foi seqüestrado por aquelas pessoas (a primeira razão pela qual as pessoas despertam em nós sentimentos negativos é que elas representam obstáculos potenciais à nossa liberdade). Ouço ele pensando em voz alta sobre como tudo aquilo era sem sentido, como se trocar os carros por bicicletas fosse realmente salvar o mundo. A medida que o tempo passa, a vontade de tomar uma atitude aumenta (ser um objeto é perturbador, porque, quando uma pessoa sabe que é uma coisa concreta, sua liberdade de ser ou fazer é limitada; e uma característica da consciência humana é resistir a qualquer tipo de confinamento não escolhido). O pensamento de passar com o carro por cima de todos, como uma bola de boliche faz com os pinos, aumenta (Convertemos as pessoas em objetos porque não experienciamos (nem poderíamos) sua mente, mas só conseguimos interagir com elas, basicamente, como objetos). Ao tomar a decisão, ele está absorvido pelos seus pensamentos e acredita veementemente que está certo nas suas ações (os outros roubam do indivíduo seu senso de primazia e controle. Como todos sabemos, as outras pessoas não são necessariamente o que queremos).

Quero acreditar que, quando o Sr. Reis percebeu que os pinos de boliche gritavam de dor, sangravam e choravam, ele tenha percebido que, se o inferno são os outros, ele assume seu papel de satanás (do hebraico, adversário).