sábado, 26 de novembro de 2011

Reflexão do tipo "fast food"


Só é possível definir as características de um período histórico muito depois do seu acontecimento. Ninguém que viveu entre os séculos V e XV chamava seu próprio tempo de Idade Média ou Idade das Trevas - apesar de ser possível sentir e pensar como vão as coisas.

O século XXI, até agora, apresenta-se complexo e cheio de incertezas. Não é possível prever o quanto se transformará. As relações políticas, sócio-econômicas, sócio-afetivas e tecnológicas quebram mais paredes do que conseguimos outrora pensar e em uma velocidade também inimagináveis.

Os únicos muros que aparentemente permanecem inabalados são os da escola. As quatro paredes, a lousa, a disposição das carteiras, o professor em frente à lousa parecem ser um relicário - e como peça antiga de um museu pode ter dois destinos: conservação ou restauração.

A escola nova e a escola tradicional coexistem em pleno século XXI pois a indefinição do nosso período é latente. Ainda pensamos na dicotomia bem/mal e, por isso, não sabemos se a tecnologia liberta ou escraviza, se as relações sócio-afetivas devem ser ampliadas ou reprimidas, se as conjecturas partidárias devem reunir pensamentos próximos ou distantes. Não é à toa que a família, que vê na escola uma ponte segura para o futuro, diante do medo do presente, busca tanto referências tradicionais para a formação de seus filhos quanto novas ideias que os façam progredir no "mundo novo".

Cabe então à escola e aos seus professores a constante avaliação de seus métodos e práticas e a determinação do ritmo e a forma das transformações desejadas. Como na concepção espanhola, a regência dos andamentos é do "maestro".

Abs e desculpe qualquer coisa.

Renato