terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Metodologia Científica - 1EM

Bom dia alunos.


Mais um texto que vai ser impresso em breve para vocês. Para quem quiser ir adiantando os estudos, consulte sempre esse blog.
Abs

METODOLOGIA CIENTÍFICA - COMPLEMENTO DE AULA

a. Introdução:

A palavra método vem do grego meta, que significa caminho. Método, portanto, pode ser considerado o caminho pelo qual se chega a algum lugar ou alguma coisa. Numa investigação para adquirir conhecimento, ele é composto de antecipações (ou previsões) para evitar o acaso. A seguir, resumi as etapas do método científico; porém, vale a pena lembrar que essa é apenas uma explanação didática. Na prática, podem acontecer mudanças nos passos a serem dados.

b. Um pouco sobre René Descartes (31/3/1596 – 11/2/1650)

René Descartes foi um filósofo, físico e matemático francês. Durante a Idade Moderna também era conhecido por seu nome latino Renatus Cartesius. Notabilizou-se, sobretudo, por seu trabalho revolucionário na filosofia e na ciência, mas também obteve reconhecimento matemático por sugerir a fusão da álgebra com a geometria – fato que gerou a geometria analítica e o sistema de coordenadas que hoje leva o seu nome. Por fim, ele foi uma das figuras-chave na Revolução Científica.
Descartes é considerado um dos pensadores mais importantes e influentes da História do Pensamento Ocidental. Inspirou contemporâneos e várias gerações de filósofos posteriores; boa parte da filosofia escrita a partir de então foi uma reação às suas obras ou a autores supostamente influenciados por ele. Muitos especialistas afirmam que a partir de Descartes inaugurou-se o racionalismo da Idade Moderna. Décadas mais tarde, surgiria nas Ilhas Britânicas um movimento filosófico que, de certa forma, seria o seu oposto - o empirismo, com John Locke e David Hume.
O Discurso sobre o método, por vezes traduzido como Discurso do método, ou ainda Discurso sobre o método para bem conduzir a razão na busca da verdade dentro da ciência é um tratado matemático e filosófico de René Descartes, publicado na França em Leiden em 1637. Ele inicialmente apareceu junto a outros trabalhos de Descartes, Dioptrique, Météores e Géométrie. Uma tradução para o latim foi produzida em 1656, e publicada em Amsterdam.
Constitui, ao lado de Meditações sobre filosofia primeira, Princípios de filosofia e Regras para a direção do espírito, a base da epistemologia do filósofo, sistema que passou a ser conhecido como cartesianismo. O Discurso propõe um modelo quase matemático para conduzir o pensamento humano, uma vez que a matemática tem por característica a certeza, a ausência de dúvidas.

Principais regras do método:

1. Nunca receber coisa alguma como verdadeira, desde que não evidenciasse como tal. Isto é, evitar cuidadosamente a precipitação e a prevenção e não aceitar senão aqueles juízos que se apresentassem clara e distintamente ao seu espírito, de modo a não ser possível a dúvida a respeito deles.

2. Dividir as dificuldades que teria em examinar em tantas parcelas quantas pudessem ser e fossem exigidas para melhor compreendê-las.

3. Conduzir por ordem os pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de serem conhecidos, para subir, pouco a pouco, como por degraus, até o conhecimento dos mais compostos, e supondo mesmo certa ordem entre os que não se precedem naturalmente uns aos outros.

4. Fazer sempre enumerações tão completas e revisões tão gerais que pudesse estar seguro de nada haver omitido.



c. Etapas do método:

1. Observação: a observação científica ocorre com objetos claros, o que a faz dirigida, rigorosa e precisa. Ela pode ser feita simplesmente com o uso dos nossos sentidos, mas há ocasiões em que é necessário o apoio de instrumentos, tais como microscópios, telescópios, balança, termômetro, etc.

2. Hipótese: depois que observamos um fenômeno, temos diante de nós várias indagações a respeito dos fatos. A explicação antecipada para essas questões, na tentativa de solucioná-las, é a hipótese. Esta também é uma palavra de origem grega: hypó, que significa sob, e thésis, que significa proposição. Ou seja, uma hipótese é uma afirmação, passível de ser verificada como verdadeira ou falsa.

2.1 Indução, dedução e analogia: Para formular uma hipótese, é preciso raciocinar. Há algumas maneiras de fazê-lo, usando a indução, a dedução e a analogia.

a) Indução: é uma generalização de casos diferentes e particulares. Por exemplo: uma solução ácida torna vermelho o papel de tornassol azul. Reproduzindo a observação para várias soluções ácidas o fato se repete. A generalização: “os ácidos tornam vermelho o papel de tornassol azul” feita a partir de sucessivas observações, é uma indução.

b) Dedução: existem fatos em ciência que possuem leis universais, e a partir delas é possível prever e explicar acontecimentos e também determinar suas conseqüências. Usar a lógica para isso é fazer uma dedução. Sabe-se, por exemplo, que a água pura, em condições normais de pressão, congela a zero grau Celsius. Se no radiador de um carro existe água quase pura, é possível deduzir, a partir do conhecimento dessa lei, que esse líquido congelará praticamente a zero grau.

c) Analogia: há alguns fenômenos que mantém relações de semelhança entre si. Em astronomia é comum o uso da analogia no estudo dos planetas. Os cientistas utilizam os conhecimentos que possuem sobre a órbita de um planeta como referência para o estudo de outro.

4. Experimentação: Para controlarmos a hipótese, necessitamos de experimentação. Não mais para sentir a natureza, mas interroga-la e força-la a revelar-se.

5. Leis ou teorias: hipóteses comprovadas transformam-se em leis ou teorias. Em ambos os casos faz-se necessária a confirmação experimental.

d. A ideia de modelo:

Por meio de observações, experimentos, raciocínio e hipóteses os cientistas criam modelos, que são tentativas de explicar os fenômenos estudados.
A palavra modelo na descrição de um fenômeno natural indica que não se pode afirmar com toda a certeza que aquela descrição corresponde exatamente ao fenômeno, pois um modelo sempre será uma aproximação da realidade.
A ideia de modelo é importante para que se compreenda a ciência como construção humana. Ou seja, trata-se de um conhecimento construído pelo ser humano e para o ser humano; portanto, como tal, é passível de transformações.

e. Sobre paradigmas
O historiador da ciência Thomas S. Kuhn (1922-1996) define paradigma como um conjunto de conhecimentos que perduram por períodos relativamente longos e que, muitas vezes, norteiam o desenvolvimento de pesquisas; estas são feitas para que se descubram soluções para problemas levantados pelo próprio conhecimento. Quando a explicação de um fenômeno rompe com esse conjunto de conhecimentos estabelecidos, o paradigma começa a ser questionado. Com isso pode-se chegar ao que Kuhn chama de quebra de paradigma.

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